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H1N1 NA GESTAÇÃO


Causada por uma mutação do vírus da gripe, o H1N1, também conhecida como gripe Influenza tipo A ou gripe suína, tornou-se conhecida quando afetou grande parte da população mundial entre 2009 e 2010, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde decretasse o alerta 6, seu nível mais elevado nas ameaças de pandemias. Podendo levar a complicações de saúde ou até mesmo a morte, o vírus pode viver por até oito horas em superfícies em geral.

Esta situação se torna ainda mais preocupante quando o assusto é gestação. A gripe H1N1 aumenta o risco de pneumonia e insuficiência respiratória, podendo causar o parto prematuro ou a morte na gravidez, por isso as grávidas devem ter um cuidado redobrado nas medidas de prevenção do vírus.

Em 2009, o país registrou um aumento no quadro clínico em decorrência da influenza, correspondendo a 25,8% do total de casos confirmados de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), chegando à soma de 626 gestantes no Estado de São Paulo, destas, 55 chegaram a óbito.

Preocupados com esta situação, em 13 abril de 2012, o CEALAG em parceria com a Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, deu início a um estudo com objetivo de avaliar fatores de risco para óbito por Influenza A (H1N1), novo subtipo viral, em Gestantes internadas com quadro clínico de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Estado de São Paulo.

Usando a metodologia caso-controle, foram realizadas investigações hospitalares e domiciliares, utilizando como base o banco de dados de Influenza, identificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As investigações hospitalares foram realizadas por profissionais capacitados e treinados para coletar informações do prontuário médico, a partir de um questionário pré-definido.

Em relação as entrevistas domiciliares, todas as visitas foram previamente agendadas por um supervisor de campo, com envio de uma carta ao familiar ou ao paciente. Posteriormente, as digitações dos resultados foram realizadas em um banco específico, a partir de codificação de variáveis dos questionários hospitalar e domiciliar.

Especificamente para as gestantes, foram preenchidos formulários com informações do pré-natal, parto e puerpério, quando disponíveis. Ao todo foram sorteados 171 controles, sendo quatro controles para cada caso, totalizando 213 gestantes. Em relação às investigações hospitalares, houve um predomínio para as faixas etárias de 20 a 24 anos, somando 35,7% dos casos e dos controles. Os sintomas que mais predominaram entre os casos foram a febre (97,9%), dispneia (90,5%) e tosse com 88,1%. Entre os controles, a tosse encabeça a lista com 97,1%, seguido pela febre (94,7%) e dispneia (80,7%).

Em relação à história das gestantes ter doença cardiovascular, asma, doenças auto-imune ou doença respiratória não aumentou risco para óbito.

Entre os casos, houve predomínio para tratamento em UTI e os pacientes apresentaram maior proporção de complicações, principalmente sepse e choque. O tratamento antiviral foi fator de proteção às gestantes.

É importante ressaltar que durante as pesquisas foram confirmados 42 mortes em decorrência do vírus Influenza A/H1N1 no Estado de São Paulo.

Com uma duração de oito meses o projeto foi coordenado pela Prof.ª Dra. Ana Freitas Ribeiro.

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