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De acordo com dados recentes, divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um milhão de pessoas contraem IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) diariamente e que aproximadamente 500 milhões de pessoas adquiram uma das IST curáveis (gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase) a cada ano.
No Brasil, um dado que chamou a atenção foi o aumento das taxas de infectados por sífilis e outras IST. Para se ter uma ideia, de acordo com Ministério da Saúde, o número de casos de sífilis aumentou 5.000% em um período de cinco anos (2010-2015), e apesar de não serem doenças de notificação compulsória, gonorreia e clamídia, apresentaram um possível aumento nas taxas de incidência.
Outro dado preocupante deve-se ao grande número de casos de IST na população de travestis e mulheres trans (TrMT) em diversos países de baixa, média e alta renda. Os números indicam um aumento principalmente em travestis e mulheres trans profissionais do sexo. As taxas de prevalência de HIV entre TrMT, por exemplo, são as mais altas entre os grupos de pessoas com práticas de risco, variando entre 22% ao extremo de 68%. No Brasil, os dados disponíveis spbre HIV na população de TrMT, provenientes do estudo Divas, mostram taxas alarmantes nessa população.
O Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG) em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) /Organização Mundial da Saúde (OMS), estão desenvolvendo um estudo de prevalência da sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis entre travestis e mulheres transexuais no Brasil, com o intuito de estimar a prevalência de sífilis e outras IST, bem como compreender os significados da doença entre a população TrMT, em cinco capitais brasileiras.
Tendo São Paulo (SP – região Sudeste), Campo Grande (MS – região Centro-Oeste), Manaus (AM – Região Norte), Porto Alegre (RS – região Sul) e Salvador (BA – região Nordeste), como cidades a serem estudadas, o projeto contará com uma abordagem metodológica mista (quantitativo e qualitativo). O componente qualitativo da pesquisa será responsável por mapear os espaços de sociabilidade das TrMT, identificando, assim, potenciais ‘sementes’ para o estudo quantitativo, bem como compreender os significados atribuídos à sífilis pelas TrMT.
Ao término do estudo um relatório detalhado será elaborado e encaminhado ao demandante. Artigos também serão produzidos, com o objetivo de aprofundar tais análises, além de ampliar o acesso público às informações obtidas. O resultado final do projeto tem como prioridade auxiliar a melhoria dos serviços direcionados à população participante, em especial no que diz a respeito às infecções por sífilis e outras IST.
Com o início em junho de 2019, o estudo terá uma duração de 18 meses e contará com a coordenação da Dra. Maria Amélia Veras.