Entre janeiro de 2016 a dezembro de 2018 foram coletados dados em cinco hospitais de ensino terciário localizados na região metropolitana de São Paulo (Hospital das Clínicas, Hospital do Servido Público Estadual, Hospital Universitário, Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Santa Casa de São Paulo), com o intuito de realizar um estudo descritivo retrospectivo, utilizando registros clínicos e demográficos de pacientes hospitalizados com Doença Pneumocócica Invasiva (DPI), definida pelo isolamento de Streptococcus pneumoniae em líquidos normalmente estéreis.
Os centros hospitalares foram identificados por meio da busca na base de dados do Instituto Adolfo Lutz (IAL), que é o Laboratório Nacional de Referência para DPI, localizado na cidade de São Paulo.
O registro eletrônico hospitalar de cada paciente hospitalizado (variáveis pessoais, história médica e desfecho clínico) foi revisado pela equipe do hospital que preencheu a ficha de coleta de dados para o estudo. Em cada centro hospitalar, um supervisor clínico era responsável por treinar a equipe do hospital para preencher a ficha médica e verificar quaisquer dados de inconsistência clínica. Pacientes de todas as faixas etárias foram incluídos no estudo. Os dados clínicos foram registrados no banco de dados.
Os isolados pneumocócicos foram rotineiramente enviados ao IAL pelos hospitais juntamente com os dados dos pacientes. A identificação das espécies foi confirmada por métodos padronizados.
Ao todo, foram avaliados 406 casos de Doença Pneumocócica Invasiva. Entre os 324 casos com informações sobre condições médicas, as crianças com idade inferior a 5 anos foram em sua maioria saudáveis (55,9%), enquanto a presença de comorbidade prevaleceu em adultos com idade superior a de 18 anos (82,0%). A presença de pelo menos uma condição de risco foi relatada em 34,8% dos adultos.
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O estudo permitiu concluir que vacinas com maior valência são necessárias para oferecer ampla prevenção à DPI. Os presentes dados contribuem para políticas públicas de saúde de vacinação pneumocócica para pacientes vulneráveis, principalmente aqueles com comorbidade e idosos.
O projeto teve como entidade apoiadora o Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG) em parceria com a Pfizer. Iniciado em março de 2022 o projeto foi concluído pela publicação no “The Brazilian Infectious Diseases Journal” (BIDJ).