Page 10 - Manual Prevenção
P. 10

Introdução à prevenção do hIv e gerenciamento

                  de risco





                        Nas primeiras décadas da epidemia de HIV/Aids as ações de prevenção, sempre

                  pautadas pelo respeito aos direitos humanos e à diversidade sexual, se basearam na luta
                  contra o preconceito e discriminação e na oferta de insumos, preservativos masculinos,
                  femininos,  gel lubrificante e material  informativo  distribuídos nos serviços  de saúde
                  pública, atividades extramuros e atividades promovidas pelas Organizações não
                  Governamentais (ONGs).

                        Naquele momento, um dos principais desafios foi o preparo dos profissionais de
                  saúde para lidarem com as questões relacionadas ao HIV tanto no que diz respeito à

                  assistência  quanto  à  prevenção.  O aconselhamento  foi  uma  tecnologia  introduzida  no
                  campo das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids, para discutir prevenção,
                  ofertar a testagem para o HIV e fazer a revelação do diagnóstico.

                        Como estratégia de prevenção da transmissão sexual do HIV iniciou-se as Oficinas
                  de sexo seguro, espaços que permitem a discussão do auto cuidado, de como viver
                  positivamente a sexualidade, de acordo com os seus valores e opções, e proteger das IST e

                  HIV com ênfase no preservativo. Essa tecnologia foi, e ainda é utilizada tanto nos serviços
                  de saúde quanto nas ONG e atualmente com enfoque no gerenciamento de risco.
                        No intuito de conter a transmissão sanguínea do HIV, no fim da década de 80, foi
                  estabelecido rígido controle do sangue e hemoderivados transfundidos e essa ação foi

                  fundamental para diminuir de forma importante o impacto do HIV/AIDS nos indivíduos
                  transfundidos e hemofílicos.

                        Nos anos 90, com o aumento da incidência de casos de AIDS em pessoas em uso
                  de drogas injetáveis (PUDI), implantou-se a Política de Redução de Danos (RD) que é
                  um conjunto de medidas em saúde que tem por finalidade minimizar as conseqüências
                  danosas do uso de drogas. A distribuição de seringas e agulhas descartáveis, no Kit de

                  RD para PUDI, tinha a perspectiva de diminuir a infecção pelo HIV nessa população
                  e embora tenha havido uma importante queda na incidência dessa infecção nas PUDI,
                  nos anos 2000, hoje a distribuição do Kit de RD, em alguns serviços de referência, ainda
                  guarda a mesma perspectiva.

                        Dadas as especificidades das PUDI e a dificuldade de acessá-las foram capacitados
                  ex-usuários de drogas como agentes de prevenção, trabalhando na lógica da educação
                  entre pares que valoriza a troca de saberes entre pessoas que viveram ou vivem

                  experiências semelhantes. Nessa mesma lógica trabalhou-se com prevenção para as
                  profissionais do sexo.

                        Outra importante estratégia da prevenção com populações vulneráveis é acessá-
                  las através do trabalho no território, onde essas populações vivem ou transitam com a










        Manual de Prevenção Vol_2_P2.indd   9                                                                   15/03/2017   09:46:23
   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15