Page 14 - Manual Prevenção
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90 90 90 - Uma proposta que visa por fim a epidemia

                  de Aids





                        As novas metas para intensificar o tratamento do HIV depois de 2015, estabelecidas
                  entre a UNAIDS e diversos parceiros propõem que até 2020, 90% de todas as pessoas

                  vivendo com HIV conheçam seu diagnóstico de infecção pelo HIV. Destas pessoas, com
                  infecção pelo HIV diagnosticada, 90% recebam terapia antirretroviral ininterruptamente,
                  e ainda que, até 2020, 90% de todas as pessoas recebendo terapia antirretroviral tenham
                  supressão viral, isto é, apresentem carga viral indetectável, deixando, desse modo, de

                  transmitir a infecção a outras pessoas.
                        O alcance dessa meta 90 90 90(1) redundará em 73% de todas as pessoas vivendo com

                  HIV no mundo com supressão viral e modelos matemáticos sugerem que se isso ocorrer
                  até 2020, será possível que a epidemia de AIDS chegue ao fim até 2030, com enormes
                  benefícios para a saúde e para a economia de diversos países no mundo.

                        Para se alcançar essa ambiciosa meta, entretanto, são fundamentais estratégias
                  calcadas em princípios de direitos humanos, respeito mútuo e inclusão.

                                         “As estratégias coercivas não somente violam os direitos humanos
                                         fundamentais, como também prejudicam as expectativas quanto ao fim da
                                         epidemia da AIDS. Como a experiência no mundo inteiro tem demonstrado
                                         repetida e conclusivamente, as estratégias coercivas afastam as pessoas dos
                                         serviços que precisam” (UNAIDS, 2015, pg2).

                        O tratamento do HIV é uma pedra fundamental para se alcançar o fim da epidemia
                  de AIDS, mas não é a única ferramenta necessária.

                        São urgentes esforços para intensificar  as diversas  estratégias disponíveis  de
                  prevenção, com vistas a eliminação da transmissão vertical, disponibilização de insumos
                  como preservativos e gel, definição de estratégias de redução de danos para pessoas

                  em uso de drogas, profilaxia antirretroviral de pós e pré-exposição, e programas de
                  prevenção dirigidos aos segmentos populacionais mais vulneráveis. Além disso, para
                  obter uma resposta abrangente no sentido do controle da epidemia, serão necessários

                  grandes esforços para eliminar o estigma, a discriminação e a exclusão social. Além de
                  que os sistemas de saúde deverão se estruturar para dar acesso ininterrupto ao tratamento
                  da infecção pelo HIV, a todos os indivíduos infectados, durante toda sua vida. O que
                  pressupõe sistemas de saúde e sistemas comunitários suficientemente fortes e flexíveis,
                  com mecanismos autossustentáveis de financiamento capazes de manter programas de

                  tratamento durante longos períodos de tempo a milhares/milhões de pessoas.
                                         “À medida que surgirem novas tecnologias – incluindo o diagnóstico mais

                                         simples com custo mais acessível; antirretrovirais mais simples e  mais
                                         toleráveis; e por último, antirretrovirais com maior duração e menor custo


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